domingo, 20 de novembro de 2011

NOVA CLASSE MÉDIA NO BRASIL?


O Brasil sempre foi um país muito pobre. Quando lemos sobre sua história podemos observar pobreza desde época colonial.
...Uma população pobre e carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade em uma economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro. O medo de uma rebelião dos cativos assombrava a minoria branca. O analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os ricos eram poucos e, com raras exceções, ignorantes. (GOMES, 2010, p.17-18)
O que existia no Brasil em 1822 é um passivo de muita pobreza, de muita ignorância, herdado do período colonial... A noção de povo brasileiro surge muito depois da Independência com a integração nacional, com a Abolição da Escravatura. (GOMES, 2010, p.17-18).
A abolição da escravatura deixou os negros e mestiços em uma situação de pobreza e desigualdade. Era forçado continuar nas fazendas de favor, em troca de moradia e alimento. Nessa época também as cidades não tinham infraestrutura para moradia de todos, então a maioria se concentrava em áreas desocupadas e de difícil acesso. Formando assim as primeiras favelas de populações pobres e miseráveis do Brasil.
O povo viveu muito tempo com muita pobreza e desigualdade, até vim à modernização e a industrialização. Formou-se a burguesia, a elite empresarial brasileira e começou se desenvolver o sistema capitalista no Brasil.
Hoje o Brasil não é considerado um país pobre, mas, segundo pesquisas junto a ONU encontra-se entre os países mais desiguais do mundo. Muita exclusão social e desigualdade. Precisamos de políticas publicas para reduzir essa desigualdade e ainda diminuir a pobreza que existe no país. As classes médias do Brasil têm vivido em mobilidade social vertical ascendente devido a população está saído de classe E e D para classe C. A nova classe média brasileira.
Fizemos entrevista com uma cidadã brasileira. Adriana Serafim de Souza, 25 anos. Graduada em Administração pela Faculdade FBB.
Perguntamos qual a mudança no padrão de consumo nos últimos 10 anos? Você considera-se membro da nova classe média brasileira?
Ela respondeu; É notável o crescimento no padrão do consumo nos últimos 10 anos dentro da nossa sociedade. Posso ter a confirmação deste fato em minha casa, onde há dez anos em uma residência com cinco pessoas, apenas duas tinham celulares e estes eram modelos bem simples, não tínhamos computador e outras coisas mais. No decorrer deste dez anos, alcançamos um carro novo, computador, dois notebooks, três televisões sendo uma delas de última geração, aparelho de celulares de modelos atualizados. Com a disponibilidade de credito podemos realizar viagens programadas para outros Estados e até exterior. Hoje posso considerar que minha família esta inclusa na classe media brasileira.
Com base na entrevista acima, notamos que esse relato é mais um entre milhões de pessoas no Brasil. O brasileiro tem aprendido a aproveitar as oportunidades do aumento do seu rendimento, a poupar mais e administrar corretamente suas finanças. Com isso aumentaram o consumo de bens duráveis no Brasil como; computador, telefone, geladeira, fogão e televisão. Segundo o estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
A nova classe média descobre o poder de compras e de guardar dinheiro pensando no futuro melhor. Muitas famílias como observamos no testemunho da entrevistada, tem mudado para essa nova classe.
De acordo com o levantamento do IBGE o Brasil está classificado assim;
Classe E
Classe D
Classe C (Média)
Classe A e B (Elite)
O Brasil tem crescido em relação a sua mudança de classe. Porque o valor que recebe determina que classe o cidadão está. As famílias dentro da nova classe média brasileira têm que receber mensal a partir R$ 1.500,00.
Porém, nem sempre esse salário é suficiente para que a família esteja dentro dos padrões da classe média. Por isso, muitos mesmo estando não se sentem e não se vêem lá. Porque apesar de ganhar razoavelmente bem, continuam morando em bairros periféricos e não estão inclusos nesta classe. Muitas vezes o salário é para manter uma família de três a cinco pessoas, pagar faculdade e despesas mensais. Que no final acaba continuando no seu mesmo convívio social e geográfico.
Em fim, não podemos apenas comemorar o crescimento, porque apesar de muitos deles receberem o dobro do salário mínimo, quando tirar os impostos e despesas familiares mensais acaba não suprindo as necessidades. O Brasil continua com deficiência na saúde e educação que é um fator fundamental para mudança social e mobilidade, pela educação o homem cresce e se desenvolve e pode conseguir emprego melhor, alterando seu status e sua classe social. Por isso, precisa-se exercer a política social para acabar de vez com a pobreza, desigualdade e exclusão social.

UNIFACS - ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E DESIGUALDADE SOCIAL.
REFERÊNCIA:
GOMES, Laurentino. “1822”. Rio de janeiro: Editora Nova Fronteira. 2010.
NERI, Marcelo Cortes. A nova classe média. Rio de Janeiro. Agosto/2008.